Degradação

Inúmeros são os processos que podem ocasionar a degradação dos solos, mas com certeza, o manejo inadequado dos solos pelo homem é o fator que mais contribui para isto acontecer.

 


Erosão intensificada

Os processos erosivos, fenômenos naturais, podem ser considerados como um dos piores fatores de degradação dos solos. Quando a erosão acontece, ela começa pelos horizontes superficiais, onde existe o acúmulo de matéria orgânica, essencial para a manutenção de muitos ecossistemas. Quando estes são perdidos pela erosão, os horizontes subsuperficiais, dependendo da sua composição química, são impróprio para o desenvolvimento das plantas e com isso, tanto para restaurar a área para a agricultura ou mesmo para recuperar a vegetação natural fica muito difícil reverter a situação.

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Uma erosão na agricultura – Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o

Lixiviação

A lixiviação acontece quando existe um empobrecimento químico do solo, pela dissolução de certos elementos químicos levados pelas águas subsuperficiais ou subterrâneas. Pode ser considerado como uma “lavagem” destes elementos, que acontece no interior do solo.

Ela também ocorre quando o solo acaba ficando exposto (por causa de desmatamento, queimadas ou sobrepastoreio) e, com a ação gradativa das chuvas vai tendo seus materiais arrastados tornando-se infértil e podendo posteriormente ocasionar grandes erosões dependendo do tipo de solo e grau de exposição do mesmo.


Laterização

A laterização acontece em solos principalmente de regiões tropicais, em que houve uma intensa lixiviação, deixando o solo rico em hidróxidos de ferro e/ou alumínio. Estes se concentram em camadas horizontais e quando o solo é mal utilizado, estas camadas acabam endurecendo. Com isso cria-se uma camada impermeável próximo da superfície, fazendo com que a erosão possa se intensificar, bem como impede o desenvolvimento de plantas.


Acidificação

Os solos podem ser ácidos devido a rocha matriz ou a processos de formação que favorecem a remoção de bases como potássio, cálcio e magnésio. O cultivo de determinadas espécies vegetais e o uso de adubações, principalmente fertilizantes amoniacais e a ureia, podem, também, contribuir para a acidificação dos solos. Para isso utiliza-se o processo de calagem, na qual incorpora-se carbonato de cálcio (CaCO3) para corrigir o pH.

As conseqüências da acidez dos solos para a agricultura são as mais variadas e contribuem para a baixa produtividade das mesmas. A acidez diminui a população de micro-organismos que decompõem a matéria orgânica e auxiliam na liberação do nitrogênio, fósforo e enxofre.


Salinização

A salinização do solo acontece quando a concentração de sais (cloreto de sódio, sulfatos de cálcio e magnésio e alguns bicarbonatos) no solo se encontra em níveis bastante elevados, prejudicando o desenvolvimento das plantas. Normalmente este processo ocorre em regiões de climas semi-áridos ou áridos, ou seja, com baixas precipitações e que possuem o lençol freático próximos da superfície.

Quando o solo é submetido a uma irrigação inadequada, o nível do lençol tente a oscilar, e com isso trazer os sais, em solução, para os horizontes mais superficiais do solo, prejudicando assim, as plantas. A salinização do solo afeta a germinação e a densidade das culturas, bem como seu desenvolvimento vegetativo, reduzindo sua produtividade e, nos casos mais sérios, levando à morte generalizada das plantas. O requerimento básico para o controle da salinidade nas áreas irrigadas é a existência da percolação e da drenagem natural ou artificial, garantindo o fluxo da água e do sal para baixo da zona radicular das culturas. Nessa situação, não haverá salinização do solo. No local onde o dreno efetuar sua descarga, entretanto, haverá aumento na concentração de sais

(Mais informações sobre salinização disponível em: http://geografia.fcsh.unl.pt/lucinda/Leaflets/B3_Leaflet_PT.pdf)

Arenização

Arenização, ou formação de bancos de areia, é o processo de retirada de cobertura vegetal em solos arenosos, em regiões de clima úmido, com regime de chuvas constantes, como o sudoeste do Rio Grande do Sul. Os horizontes superficiais após serem levados embora, deixam os horizontes subsuperficiais expostos, e como possuem uma textura arenoza, deixam na paisagem apenas estes sedimentos, que são praticamente incapazes de manter a maior parte das espécies vegetais. Costuma-se confundir arenização com desertificação, sendo este, um processo essencialmente climático de regiões áridas e semi áridas.

Arenização
Arenização dos Pampas entre São Francisco do Sul e Manoel Viana – Fonte: http://www.blog.gpme.org.br/?p=637

Queimadas

As queimadas acontecem principalmente em locais com uma agricultura itinerante, pois é um método que dispõe de um menor custo para limpar uma área, por isso são bastante utilizadas. Ao queimar uma área agrícola as intenções são as de controlar as pragas, limpar áreas para plantio, renovar pastagens e facilitar na colheita da cana-de-açúcar. Ao mesmo tempo em que as queimadas trazem benefícios em curto prazo, elas também prejudicam a dinâmica dos ecossistemas podendo também contribuir para aumentar a erosão do solo, afeta ainda a qualidade do ar e pode acarretar danos ao patrimônio público e privado (quando ocorrem queimadas próximas a rodovias, rede elétrica e entre limites de áreas agrícolas).

O empobrecimento do solo causado pela eliminação dos microorganismos essenciais para a fertilização através da queimada, altera os nutrientes, como o cálcio, enxofre e potássio. Esta também deixa o solo desprotegido uma vez que árvores, arbustos e outros tipos de vegetação foram destruídos.

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Uma queimada – Fonte: http://www.planetaverde.org/index.php?pag=2&sub=1&cod=91

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